quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Missão Angola 2014 – 11 de Agosto de 2014

Notícias da semana de 6 a 11 de Agosto de 2014 – LUAU  (Angola)


Já passaram 9 dias desde a nossa chegada ao Luau e podemos dizer que temos vivido uma montanha russa de sentimentos e emoções. Por um lado sentimo-nos acolhidos e apreciados na nossa presença aqui, através das palavras que nos são dirigidas, dos cumprimentos, das perguntas que nos são feitas acerca das formações e dos sorrisos de quem se cruza por nós. Por outro, vemos que temos muito trabalho pela frente, e que o tempo não chega para tudo o que gostaríamos de fazer. Sentimos que precisávamos de pelo menos um mês para nos adaptarmos a esta realidade, aos costumes e à maneira de comunicar com o povo. Mas não o temos, por isso consciencializámo-nos que só vamos conseguir fazer aquilo que o tempo, o corpo e os materiais permitirem. Se pensarmos bem, o pouco que vamos deixar, ou dar no temo que cá estivermos, já é muito para eles. Aqui, sentem muito a necessidade de amor, atenção e, principalmente, de alguém que os escute.

O nosso trabalho tem sido valorizado e tem dado alguns frutos. As aulas de informática estão a começar, mesmo sem os computadores. Hoje concluímos os testes de admissão no curso (porque as inscrições foram muitas e não há lugar para todos). O David e o Marco tiveram a árdua tarefa de limpar e arranjar a sala onde será o curso, que até então era ocupada por amigos roedores, que vagueavam pela sala.

Quanto ao curso de professores tivemos hoje a primeira aula, sendo que se inscreveram cerca de 10 professores e só apareceram 3 deles. Estamos apreensivos quanto ao seu sucesso, devido à dificuldade deles em entender o português. Mas mais tarde, damos notícias.

 As aulas de Karaté da Rita Glória têm sido um sucesso. Começámos uma turma de adultos que já praticavam Karaté nas comunidades de Luau, e que por isso solicitaram algum apoio da nossa parte. Nós, dentro do tempo que temos, dispensamos umas horinhas por semana para treinar com eles.

Sentimo-nos verdadeiramente ambientados com o povo do Luau, passamos na rua e acenam-nos dizendo: “Olá Irmãs, Olá Irmão” (sim, porque aqui todos julgam que estamos a estudar para freiras e para padres).
 Já na visita ao Congo, dia 09 de Agosto, a perspetiva foi um bocadinho diferente. É realmente um país muito pobre. O mercado é mil vezes pior do que os que temos visto por aqui: o que chamam em Portugal de Talho não existe, a carne está exposta ao sol, à poeira e às moscas, e a cabeça do animal encontra-se intacta ao lado, para se ter a certeza que estamos mesmo a comprar porco ou cabrito; O sentimento de segurança também é diferente, as pessoas armada na rua multiplicam-se, e ouvimos dirigirem-se a nós em idiomas que não entendemos. Íamos com a intenção de comprar as tão-famosas capulanas do Congo, mas
acabámos a comprá-las no mercado do Luau, que já nos começa a ser muito familiar. Regateámos o preço e acabámos por trazer capulanas muito giras e coloridas.

As mamãs cá de casa (cozinheiras) são muito simpáticas e divertidas, e pedem constantemente a nossa ajuda na cozinha. Cá não existe o conceito de cozinha variada, e nos primeiros dias vim-nos a comer arroz com cabrito ao almoço e ao jantar. Por isso, tentamos ensinar novas receitas e métodos de cozinhar: agora o que preferem fazer é frango na brasa!
Por falar em comida, ontem, dia 10 de Agosto, fomos jantar a casa das irmãs (Rosa, Amélia e Assuntina). A comida estava divinal e até fizeram melhor pizza que os italianos (palavras do Pe. Daniele). Divertimo-nos imenso: cantámos (o hino da missão), rimos e até deu tempo para uma sessão de fotografias para mais tarde recordar.



Já não há muito mais a dizer. Apenas que estamos todos bem de saúde e que temos muitas saudades de vocês. Beijinhos a todos e até breve,

Rita Sousa, Andreia, Rita Glória e David

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