sexta-feira, 30 de julho de 2010

Crónicas de Moçambique: Sem comunicação em Nampula

Desde que eu voei de Maputo para Nampula a 23 de Julho que nunca mais
tive comunicação e contactos com o exterior: a fibra óptica rompeu-se
no Xai  Xai e deixou tudo sem internet, sem MCEL e sem VodACOM (duas
redes de telemóveis).

Assim, depois de respirar da viagem Lisboa-Maputo-Fomento-Nampula, no
dia 25 de Julho tivemos um encontro com 50 professores da paróquia dos
dehonianos aqui de S. Pedro em Nampula.

E de 26 de Julho a 28 de Julho, estive a orientar um retiro para
jovens no mosteiro dos irmãos em Rex aqui a 20 kms da cidade de
Nampula.

A partir de hoje começa o retiro da Diocese para 50 padres diocesanos
de Nampula em Anchilo.
Lá vamos nós outra vez até 4 de Agosto, dia do Cura de Ars.

adérito gomes barbosa

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Crónicas de Moçambique: Saudações de Moçambique

Como não sei se a internet funciona lá para cima, aproveito a minha passagem por Maputo para vos dar uma palavra amiga. Cheguei há 5 horas, de Lisboa.
Já preparei a biblioteca de Fomento. Com o P. Ruffini, contactei a Empresa que nos trouxe os ivros. Já chegou a segunda carrada. Daqui a duas horas parto para Nampula.

Depois vou encontrar os 10 lichinguenses em Lichinga e Cuamba. Toda a gente vos espera nos 130.000 km2.

Desejo aos ten (não teenagers) uma boa viagem.

O espírito de África continua com a sua natureza belíssima, com esperanças enormes, com as pessoas na expectativa e a movimentar-se por tudo o que é sítio.

É caso para lembrar o que diz o Sínodo Africano 2009: África levanta-te. Isto fascina. Melhor é um fascínio.
Aguardando-vos aqui no continente verde
adérito gomes barbosa

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Crónicas de Moçambique: Ainda em Moçambique

Desde o dia 29 de Junho até hoje dia 5 de Julho foi impossível enviar-vos alguma crónica como percebereis ao longo do texto.

No dia 29 de Junho, às 5.45h da manhã rezamos as Laudes, celebramos a Eucaristia. A seguir partimos de Quelimane em direcção ao Guruè (gurue é o som da perdiz). O nosso carro (eu e a voluntária Maria Arbona) vermelho era conduzido pelo P. Ruffini, também conhecido como a flecha da Zambézia.

A nossa primeira etapa de 400kms deveria terminar no Alto Molocuè. Nos primeiros quilómetros, ao longo da estrada viam-se muitas bicicletas que serviam de táxi. As bicicletas táxi tinham uma pequena almofada em cima da roda traseira para levar o passageiro que pagava de 7 a 10 meticais.

Depois de 150kms, paramos em Mocuba, onde visitamos a Ir. Paquita, directora do Hospital de Medicina Alternativa. Quando retomamos a viagem, encontramos 50kms de buracos e “estrada feia”, como dizia o Ruffini, que nunca mais acabava…A uma certa altura, diz o motorista: quando vires uma antena é Nampebo, logo o fim da estrada feia.

Mas de Nampebo ao Alto Molocuè fizemos a estrada bonita em 75 minutos.

Às 13.30h, entramos na missão do Alto Molocuè, missão que será casa durante dois anos para a Maria Águasvivas Arbona Palmeiro. A voluntária Elisa que vai passar o testemunho para a Maria recebeu-nos acompanhada do superior. Almoçamos e deixamos a Maria para tomar contacto com a casa, a biblioteca, as salas, as hortas das couves…

Continuamos a nossa viagem para o Guruè às 15.00h com o motorista Ruffini, o P. Choncho (palavra que quer dizer torre, alto), o P. Domingos, o P. Elias e eu.

Passamos em Nauela, a missão onde vivi durante um ano e cujo telhado da Igreja bonita foi levado num temporal há pouco tempo. Passamos por Milevane, meu antigo seminário (a palavra milevane vem da palavra muleva, nome dado a uma árvore. O plural de muleva é mileva e o ne é locativo).

Paramos ainda em Milevane na casa das irmãs para comprar o queijo das cabras delas.

A seguir continuamos para o Guruè, atravessando todo o caracol, cuja estrada não é muito agradável.

Lá chegamos aos Guruè pelas 19-30 horas. O encontro de formação permanente decorreria no edifício do noviciado. Com eletricidade, de vez em quando, e a água a faltar nos quartos, já que fora chovia a pântanos.

No dia 30 de Junho começamos o nosso curso sobre dinâmicas inter-relacionais e inter-activas para a comunidade.

Participavam 30 religiosos da província moçambicana e um padre diocesano da Argentina que está a fazer uma missão de dois anos na nossa comunidade de Alto Molocue.

Tudo correu bem…entre algumas palavras de humor. Quando estávamos a almoçar, dizia alguém: passa-me o Instrumentum Laboris. Não percebi. Depois vi que o abre cervejas tem esse nome.

No dia 4 de Julho, houve a profissão perpétua do Ir. Basílio com a presença do Sr. Bispo D. Francisco Lerma, natural de Múrcia.

Depois do almoço cada carro começou rumar às suas comunidades.

Eu vim com o P. Carlos Lobo e o P. Pistelli por Mulevala, onde estão a construir um santuário a NªSª por uma suposta aparição.

Continuamos a viagem e só chegamos aqui a Quelimane às 21.00horas.