segunda-feira, 5 de julho de 2010

Crónicas de Moçambique: Ainda em Moçambique

Desde o dia 29 de Junho até hoje dia 5 de Julho foi impossível enviar-vos alguma crónica como percebereis ao longo do texto.

No dia 29 de Junho, às 5.45h da manhã rezamos as Laudes, celebramos a Eucaristia. A seguir partimos de Quelimane em direcção ao Guruè (gurue é o som da perdiz). O nosso carro (eu e a voluntária Maria Arbona) vermelho era conduzido pelo P. Ruffini, também conhecido como a flecha da Zambézia.

A nossa primeira etapa de 400kms deveria terminar no Alto Molocuè. Nos primeiros quilómetros, ao longo da estrada viam-se muitas bicicletas que serviam de táxi. As bicicletas táxi tinham uma pequena almofada em cima da roda traseira para levar o passageiro que pagava de 7 a 10 meticais.

Depois de 150kms, paramos em Mocuba, onde visitamos a Ir. Paquita, directora do Hospital de Medicina Alternativa. Quando retomamos a viagem, encontramos 50kms de buracos e “estrada feia”, como dizia o Ruffini, que nunca mais acabava…A uma certa altura, diz o motorista: quando vires uma antena é Nampebo, logo o fim da estrada feia.

Mas de Nampebo ao Alto Molocuè fizemos a estrada bonita em 75 minutos.

Às 13.30h, entramos na missão do Alto Molocuè, missão que será casa durante dois anos para a Maria Águasvivas Arbona Palmeiro. A voluntária Elisa que vai passar o testemunho para a Maria recebeu-nos acompanhada do superior. Almoçamos e deixamos a Maria para tomar contacto com a casa, a biblioteca, as salas, as hortas das couves…

Continuamos a nossa viagem para o Guruè às 15.00h com o motorista Ruffini, o P. Choncho (palavra que quer dizer torre, alto), o P. Domingos, o P. Elias e eu.

Passamos em Nauela, a missão onde vivi durante um ano e cujo telhado da Igreja bonita foi levado num temporal há pouco tempo. Passamos por Milevane, meu antigo seminário (a palavra milevane vem da palavra muleva, nome dado a uma árvore. O plural de muleva é mileva e o ne é locativo).

Paramos ainda em Milevane na casa das irmãs para comprar o queijo das cabras delas.

A seguir continuamos para o Guruè, atravessando todo o caracol, cuja estrada não é muito agradável.

Lá chegamos aos Guruè pelas 19-30 horas. O encontro de formação permanente decorreria no edifício do noviciado. Com eletricidade, de vez em quando, e a água a faltar nos quartos, já que fora chovia a pântanos.

No dia 30 de Junho começamos o nosso curso sobre dinâmicas inter-relacionais e inter-activas para a comunidade.

Participavam 30 religiosos da província moçambicana e um padre diocesano da Argentina que está a fazer uma missão de dois anos na nossa comunidade de Alto Molocue.

Tudo correu bem…entre algumas palavras de humor. Quando estávamos a almoçar, dizia alguém: passa-me o Instrumentum Laboris. Não percebi. Depois vi que o abre cervejas tem esse nome.

No dia 4 de Julho, houve a profissão perpétua do Ir. Basílio com a presença do Sr. Bispo D. Francisco Lerma, natural de Múrcia.

Depois do almoço cada carro começou rumar às suas comunidades.

Eu vim com o P. Carlos Lobo e o P. Pistelli por Mulevala, onde estão a construir um santuário a NªSª por uma suposta aparição.

Continuamos a viagem e só chegamos aqui a Quelimane às 21.00horas.

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