Após 1 ano de formação, um grupo de Voluntários do Norte de Portugal, constituído por um casal, Eduardo e Maria e 7 jovens, Paulo, Natália, Rogério, Avelino. Rita, Carla e Lurdes, partiu para Moçambique com destino à cidade de Lichinga, capital do Niassa, em Moçambique.
O projecto destes Voluntários, consubstanciado no lema “Aprender para ensinar em Lichinga" tinha 2 grandes objectivos: um consistia na formação de agentes locais com vista a operacionalizar Bibliotecas do ESAM – Ensino Secundário Aberto de Moçambique, isto é, triagem e informatização dos livros que tínhamos enviado previamente de Portugal; outro passava pela formação teórico prática nas Escolinhas supervisionadas pela Irmã Olivia da Congregação das Religiosas Reparadoras de Nossa Senhora das Dores de Fátima.
Assim, chegados a Lichinga, houve um primeiro impacto de alguma tristeza pois os Voluntários tiveram que se separar. Se as educadoras ficaram sediadas aí porque o seu trabalho desenvolver-se-ia nas escolinhas que ficavam no Bairro da Cerâmica na cidade, o grupo da Biblioteca e Informática partiu para Cuamba, “cidade do pó”, onde se desenvolveu grande parte do seu trabalho.
A intervenção nas Escolinhas correu dentro do previsto pois a Irmã Olivia tinha tudo muito bem planeado e a acção das Voluntárias decorreu de forma fantástica inclusive a semana em que trabalharam em Massangulo (cerca de 100 km de Lichinga) com a Irmã Delvina deixando marcas positivas e inesquecíveis.
No que respeita ao grupo das Bibliotecas e de Informática, as coisas não decorreram conforme o planeado com o Francis, Director do ESAM, pois os livros enviados de Portugal que haviam chegado a Maputo há bastante tempo, só chegaram a Cuamba passado uma semana depois de nós com uma particularidade incrível, partiram de Maputo de camião e chegaram a Cuamba de comboio.
Face a esta contrariedade, arregaçamos as mangas e deitamos mãos à obra, isto é, dedicámos todo o nosso empenho às Bibliotecas existentes na Paróquia de S. Miguel e na Escola do Padre Menegon, formando os Bibliotecários locais e assim 2 bibliotecas mais ficaram organizadas e informatizadas de forma a servirem melhor as comunidades locais.
Chegados os livros ao ESAM, ainda conseguimos separar todos os livros pelas respectivas áreas e registá-los informaticamente para, posteriormente, serem distribuídos pelos vários pólos da Escola. Devido ao atraso na chegada dos livros não tivemos possibilidades de intervir em Mitande e obviamente as intervenções nas cidades de Mecanhelas e de Metangula foram prejudicadas.
Apesar de os computadores não terem chegado às salas de informática prontinhas e bonitinhas para os receber não permitindo que o projecto na área de informática, propriamente dito, pudesse sido efectivado, o balanço é extremamente positivo pois as bibliotecas ficaram mais funcionais assim como as pessoas que interagiram connosco ficaram melhor preparadas para trabalharem e passarem o que aprenderam a outros.
Gostaríamos de acrescentar que a tristeza da separação à chegada foi recompensada com um encontro maravilhoso de todos os Voluntários no Lago Niassa no ”M’Buna Bay Resort”, local fantástico onde por momentos repousámos do nosso trabalho, ficando com o sentimento do dever cumprido mas com a convicção de que há muito trabalho a fazer por futuros grupos de Voluntários e as saudades de Moçambique e dos Moçambicanos já começavam a mexer connosco.
Finalmente Maputo, um passeio pela cidade, uma ida ao Kruger Park na África do Sul, com muita aventura e mais uma formação na Biblioteca do Fomento pelo meio e regresso a Portugal.
Um grande obrigado ao Sr. D. Helio Greselin, Bispo de Lichinga, aos Padres Dehonianos e às irmãs que nos acolheram de maneira muito cordial!
Saudações Dehonianas!
Eduardo Maia - ALVD
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