Vamos Lembrar a Maria Arbona com este fantástico testemunho.
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Nos tempos que correm, tão turbulentos, em busca de satisfações e felicidade, esquecemos por vezes, solidarizarmo-nos com os mais carenciados, que esperam de nós, um gesto ou atitude de Amor.
Foi com este sentimento solidário, que me entreguei ao serviço de voluntariado, deixando para trás, uma vida mais ou menos acomodada (pensava eu, que assim era). Sentia que algo faltava na minha vida. Era SOLIDARIEDADE e AMOR para com os outros.
Sou uma voluntária novata, que chegou à Missão Dehoniana em Alto Molócuè / Zambézia (Moçambique) a 27 de Junho de 2010.
Aqui, encontrei o espaço que me faltava. Recebida pela Congregação dos Dehonianos, carinhosamente, instalei-me, mas com certa apreensão. Não sabia o que iria encontrar. Entreguei-me ao meu Poder Superior e, hoje, passados 4 meses, posso dizer com toda a convicção, de que este tempo tem-me proporcionado momentos muito importantes e felizes da minha vida.
Tenho sensações e vivências diferentes, em cada dia, mas todas elas importantes para o meu crescimento humano e espiritual. Encontro-me num ambiente de gente boa, disponível para me ajudar e dar ânimo. Anima-me a convivência e o trabalho que faço, rodeada sempre de alegria e festa dos jovens, com os quais mantemos uma relação quase de mãe para filho. Por isso tratam-me por Mãe.
Quando, de manhã me dirijo para a Biblioteca, (aqui, levantámo-nos às 6h00 da manhã) e após o “mata-bicho” (pequeno almoço), ouço as vozitas das crianças saudarem-me, por detrás do gradeamento da Missão, com um simples, mas eternecedor “Bom dia, mucunha Maria”. Só este simples gesto, mas cheio de carinho, basta para me encher o dia. É gratificante, começar assim o dia.
Nos fins de semana, por vezes acompanho os Sacerdotes, na sua Evangelização às 300 Comunidades estão sob sua responsabilidade. É uma alegria viva, quando recebem a visita do Padre. Pena é, que os recursos sejam poucos, para tantas comunidades e necessidades. Mas mesmo assim, vale a pena, e trabalhar com as Missões, ainda mais.
Criou-se um espaço de carpintaria (muito rudimentar, ainda), onde os jovens possam dar “asas” à sua imaginação e fazerem pequenos trabalhos em madeira (trazida do Gurué, sempre que vai um carro daqui para lá ou de lá para cá, muito custo, mas com boa vontade tudo se consegue). É um espaço com jovens onde cada um expõe os seus pontos de vista e trocamos ideias e sugestões. É como se fosse uma tertúlia, onde se ocupam as mãos em pequenos trabalhos. É um incentivo para todos nós podermos conviver um pouco mais e conhecermo-nos melhor. Há dias que até aos Sábados e Domingos apresentam-se no seu espaço. Digo seu espaço, porque foi assim concebido, para uso deles, sempre que desejarem.
Não somos “expert” neste oficio, mas entre todos, temos feito algumas coisitas. Disfruto bastante, com a alegria deles.
Faço visitas a Familias do Bairro da Pista Velha. São momentos muito especiais para mim – entrar nas suas casas, sentar-me como elas, da mesma forma.
É este um testemunho de mulher com 63 anos, leiga dehoniana (ALVD) que celebra o seu aniversário no dia depois de Natal.
Maria Arbona
Os seus sobrinhos netos todos os dias rezaram uma Avé Maria por ela, sem nunca falharem, desde o primeiro dia que partiu de Lisboa. Hoje manhã, pediram-me para continuarem a rezar, apesar de já estar no Céu.
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