quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Ecumenismo em geral

No mês de Janeiro, costuma-se celebrar uma semana pela unidade dos cristãos e pela unidade das religiões em geral. Por isso, escrevi este apontamento que apresentei aqui em Nampula, aos casais, famílias e outros leigos, ligados à Companhia Missionária.



1. A religião em números 
O mundo tem 6.542. 824.000 habitantes. Só na Ásia, o hinduísmo, o budismo e o islamismo atingem um bilião e seiscentos milhões de pessoas. Hoje, no mundo 1.166 milhões são católicos. Na Ásia, com mais de metade da população mundial, os cristãos não chegam a 4%. Os católicos são menos de 3%. Mais de metade dos católicos da Ásia, vive nas Filipinas (50 milhões de católicos). Na China (1.200 milhões de pessoas) e na Índia (900 milhões de pessoas), a presença cristã não chega a 1%. O número total de Bispos, padres e diáconos no mundo era, em 2001, de 439.850, número que supera os 406.509 de 1961.

2.Ecumenismo é o processo de busca da unidade. Num sentido mais restrito, emprega-se o termo para os esforços em favor da unidade entre igrejas cristãs; num sentido lato, pode designar a busca da unidade entre as religiões.

Os dicionários  definem ecumenismo como movimento que visa à unificação das igrejas cristãs (católica, ortodoxa e protestante). A definição eclesiástica, mais abrangente, diz que é a aproximação, a cooperação, a busca fraterna da superação das divisões entre as diferentes igrejas cristãs. Do ponto de vista do cristianismo, pode-se dizer que o ecumenismo é um movimento entre diversas denominações cristãs na busca do diálogo e cooperação comum, buscando superar as divergências históricas e culturais, a partir de uma reconciliação cristã que aceite a diversidade entre as igrejas. Nos ambientes cristãos, a relação com outras religiões costuma-se denominar diálogo inter-religioso.

O termo ecumenismo espalhou-se nos ambientes eclesiais como o relacionamento entre as igrejas cristãs divididas, em ordem a superar as divergências teológicas, de aproximar os cristãos das diversas denominações e cooperar com a paz mundial.

Em 1908, os anglicanos Spencer Jones e Lewis Thomas promoveram oito dias de oração pela unidade dos cristãos entre 18 de janeiro (Festa da cátedra de São Pedro) e 25 de janeiro (festa da conversão de São Paulo). Posteriormente, Watson converteu-se ao catolicismo e foi instituído na Igreja Católica a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos neste mesmo período. A Conferência Missionária Mundial, em Edimburgo, em 1910, é considerada o marco do ecumenismo: a busca da unidade entre as igrejas cristãs.

Entretanto, o papa Pio XI via com suspeita estes movimentos e publicou em 1928 a encíclica Mortalium animos, que afirmava que a única igreja verdadeira é a igreja romana e que a salvação só pode ser alcançada pelo regresso a ela.

Em 1948, foi criado o Conselho Mundial das Igrejas - CMI, que reuniu inicialmente 197 denominações. No âmbito desta organização, o termo ecumenismo designa os esforços entre Igrejas com vista a uma reconciliação cristã que aceite a realidade da diversidade das diversas igrejas cristãs.
"Trabalha-se para que estas divisões sejam superadas de forma que se possa realizar o desejo de Jesus Cristo: de que todos os seus seguidores estivessem unidos, de assim como Ele e o Pai são um só."
A Igreja Católica incorpora-se oficialmente ao movimento ecuménico a partir de 1960, quando o papa João XXIII criou o Secretariado Romano para a Unidade dos Cristãos. Este organismo participou activamente no assessoramento ao papa e aos bispos durante o Concílio Vaticano II, além de ajudar os padres conciliares na elaboração do decreto Unitatis Redintegratio de 1964, do Papa Paulo VI. Este decreto define o movimento ecuménico como uma graça do Espírito Santo, considera que o carácter ecuménico é essencialmente espiritual e estabelece que o olhar da Igreja Católica é dirigido às igrejas separadas do Catolicismo: as Igrejas Ortodoxas e as Igrejas Protestantes.

O Papa Paulo VI instituiu diversos grupos de trabalho na linha do diálogo inter-religioso: o Secretariado para os Não-Cristãos, a Comissão para o Diálogo com os Judeus e o Secretariado para os Não-Crentes.

Adérito Gomes Barbosa scj

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