quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Ecos de Maliana (Timor), 8 de Fevereiro de 2012…

Bom dia de Timor Leste e boa noite em Portugal. Aqui estou para continuar a minha partilha convosco agora já em território timorense com tudo o que envolve dizer tudo isto pelo que me foi dado já viver e sentir. A minha chegada a Díli foi carregada de uma ansiedade emocionante. Parecia que já não aguentava mais a viagem, não pelo cansaço que também parecia que não o tinha, mas a chegada em si a Timor, o inesperado, o que me esperaria para além da irmã Olívia.

A verdade é que me segurei o mais que pude para que as emoções não me atraiçoassem e as lágrimas não caíssem neste momento de tocar a realidade, e acreditem consegui! À minha espera, uma simpática comitiva: a irmã Olívia, minha companheira da nova jornada, dois históricos Jesuítas, Padre João Felgueiras e o Padre José Martins, a Manalina, a leiga timorense que nos acolheu com um sorriso irradiante e a irmã Natália Ferreira, portuguesa missionária há 10 anos aqui em Timor e um calor húmido e uma chuvinha bem molhada, não faltou nada para a minha chegada a terras do crocodilo.
Depois de ter pousado a bagagem nos aposentos em Díli, há que respirar um pouco e pelo menos perceber o que me rodeava. Mas primeiro tinha de descansar, fiquei completamente atordoada com o fuso horário e toda esta mudança brusca que embora já passasse quase 6 dias contínuo um pouco assim.


O dia seguinte foi a visita pela cidade de Díli, um outro impacto, imaginar uma cidade capital como esta jamais passou pela minha mente, estradas alcatroadas só pela marginal junto ao mar as interiores na cidade na sua maioria são de terra batida. Começámos pela embaixada de Portugal e audiência com o senhor embaixador de Portugal, que gentilmente nos recebeu e me deu as boas vindas a Timor. De seguida, percorremos a marginal, visitámos o mercado da fruta e de diversidade de vegetais, tudo numa organização simétrica como podem ver nas fotos que fizeram as minhas delícias. E claro encontrar crianças a sorrir é sempre um presente de Deus! No centro juvenil Padre António Vieira, onde estivemos instaladas nestes dois dias, as instalações exteriores deixaram-me boquiaberta com as árvores, flores, os espaços tão bem aproveitados e a profunda alegria e hospitalidade da Manalina, a timorense que nos recebeu, as fotos também expressam bem essa dádiva que tivemos e que temos sempre que vamos ou iremos a Díli. O entardecer foi um deslumbramento neste mar do Indico! Um lado da cidade donde se pode ver a Ilha de Timor, deixa-nos sem palavras a pensar. Quem realmente criou tudo isto?!




 
Tínhamos previsto vir para Maliana, a nossa residência, no sábado, mas com as chuvas intensas fomos informadas que haveria estradas cortadas, derrocadas perigosas e então ficámos mais um dia e acompanhámos o padre José Martins S.J. a uma paróquia de Maliana chamada Liquiçá, onde seria celebrado a Festa do nosso S. João de Brito. Bem eu nem imaginava a multidão de gente que fui encontrar, um “mar” de crianças e gente de todas as idades. Uma celebração campal presidida pelo Bispo de Maliana, foram umas 3 horas e meia de missa com uma atitude generalizada de quem está para honrar o seu padroeiro. No final fomos cumprimentar o bispo da diocese, D.Norberto do Amaral, que delicadamente me cumprimentou e me deu as boas vindas à sua diocese. De seguida entrámos na escola S. João de Brito acompanhando o Bispo onde pudemos experimentar uma variadíssima gastronomia timorense, os mais incríveis alimentos com um peculiar sabor. Olhem para as imagens em anexo e já poderão fazer uma pequena ideia desta gastronomia tradicional timorense. Bem eu tentei provar algumas coisas, outras só admirei e apreciei com o olhar, mas mesmo muito interessante. A festa continuou no grande espaço exterior da Escola com canções e danças preparadas com todo o cuidado para esta festividade, foi um privilégio especial para mim presenciar e participar neste evento de Liquiçá.



O próximo grupo das fotos vai ser a viagem de Díli a Memo - Maliana, se houve viagens e aventuras que vivi com os meus grupos de catequese em S. Martinho do Campo, esta viagem de 6 horas e meia num percurso de 150km foi o maior deslumbramento à beleza original e o risco audaz de não temermos o caminho, mas contarei no outro email com as imagens.
Um abraço cheio de amizade e saudades.
Ir Cristina Macrino

2 comentários:

  1. Irmã
    por favor continue a escreve no seu blog... regressei de Timor em Dezembro último mas aí deixei o meu coração...consigo atravesso a distância e me reencontro.
    Bem haja
    Maria

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  2. Irmã acabei de estar agora consigo como bem sabe e, vim de imediato à net e deparei-me com este seu blog que considero fantástico. adorei as imagens que vi de Maliana e do vosso trabalho. só não ajudarei se não puder. Bem haja e até breve
    Margarida Amado Batista

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