Durante esta semana que passou (de 30 de Janeiro a 2 de Fevereiro), com excepção para a quarta-feira, dia 1, devido a vários imprevistos, e para sexta-feira, que foi feriado, eu e a irmã Maria José estivemos a dar formação aos monitores, auxiliares e cozinheiras (mamãs) da escolinha, de forma a melhorar a educação e higiene dos meninos.
Na segunda-feira, enquanto a irmã Maria José esteve a atender pessoas na secretaria da escolinha, eu estive a ensinar aos monitores, auxiliares e cozinheiras como eles deviam ler histórias aos meninos, bem como depois fazer perguntas, pois as crianças gostam muito de ouvir histórias e essa é uma das muitas coisas que não se fazem nesta escolinha e que é preciso fazer. Dividi-os em três grupos, onde cada grupo tinha de ler uma história, memorizá-la e depois contá-la a mim, à irmã Maria José e ao resto dos grupos, da forma mais original e dinâmica possível. A verdade é que memorizaram bem as histórias, mas faltou originalidade em todos os grupos, quando foi a hora de contar a sua história: houve apenas uma pessoa de cada grupo a contar a história resumida e todos os grupos fizeram isto igual. É algo que ainda vamos ter de trabalhar ao longo do ano escolar: a expressão dramática.
No dia seguinte, foi o dia em que estivemos a dar formação de expressão plástica. A primeira parte da formação foi dada por mim e a segunda pela irmã Maria José. Eu comecei por trabalhar com eles os desenhos: que desenhos podiam fazer para os meninos imitarem e colorirem e que desenhos podiam eles desenhar para os meninos preencherem com papel, colorirem, entre outras técnicas. Disse-lhes que podiam, também, desenhar as próprias mãos, contornando-as com lápis ou caneta, desenhando posteriormente anéis, pulseiras e outras coisas que quisessem. No final da primeira parte da formação, fiz com que eles trabalhassem a sua imaginação: “desenhem um leão”. Ao início começaram a dizer que não sabiam desenhar sem copiar por outro desenho, mas acabaram por fazer desenhos bem engraçados. Gostaram tanto que mostravam uns aos outros e riam-se! Eles têm muitas capacidades, que podem ser trabalhadas aos poucos, fazendo com que os meninos possam ter mais actividades para fazer enquanto estão na escolinha. Vamos ter de explorar isto melhor, de 15 em 15 dias.
Depois de fazerem um pequeno intervalo para comer e descansar, como podemos ver nesta fotografia:
Foi a vez da irmã Maria José dar formação. Pô-los a trabalhar com legos, a fazerem as suas próprias construções. Houve construções mais trabalhadas, outras um pouco mais preguiçosas, mas no geral até correu bem. Ainda há muito trabalho pela frente, mas para começar não está mau.
Na quarta-feira não foi possível haver formação, pois a irmã teve de resolver uns problemas relacionados com as obras que estão a ser feitas na escolinha neste momento.
Na quinta-feira tivemos o último dia de formação, pois na sexta-feira foi feriado. A irmã Maria José ficou com a primeira parte da formação, onde se falou de saúde, higiene e limpeza, bem como das faltas justificadas e injustificadas dos trabalhadores da escolinha.
Faz parte da cultura deles irem ao funeral quando morre alguém da família ou um vizinho. Sempre que isso acontece, faltam ao trabalho para poder ir ao funeral e enterro. O problema é que aqui morrem familiares/vizinhos/conhecidos pelo menos uma vez por mês (muitas vezes mais do que uma vez), então os trabalhadores acabam por faltar muitas vezes, ficando os meninos com menos pessoas para tomar conta deles. A direcção da escolinha decidiu que tinham de acabar com isto, compreendendo a cultura deles, claro, mas sugerindo que fossem ao funeral fora da hora de trabalho. Houve algumas contestações, como é normal, mas a decisão final ficou bem percebida e estabelecida.
Depois de fazerem um pequeno intervalo, estive a dar-lhes formação de expressão musical.
Ensinei-lhes duas músicas com gestos, pois as canções com gestos são as que, normalmente, cativam mais as crianças, fazendo com que todas participem. Eles gostaram, participaram e riram muito, pois à medida que avançávamos nas canções, começávamo-nos a enganar. Ofereci-me para, de vez em quando, ir às salas cantar com eles e com os meninos e eles gostaram da ideia. Ao longo do ano irei ensinar-lhes mais canções, mas, por enquanto, ficámo-nos pelo “Aram Sam Sam” e o “Carro do Meu Chefe”.
No geral, acho que esta semana de formação correu bastante bem, apesar de ainda haver muita coisa que tem de ser bem trabalhada. Mas vai sendo, aos poucos.
Catarina Ramalheira, ALVD
Lichinga, 5 de Fevereiro de 2012
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